Com as atuais necessidades de confinamento, o conforto das nossas casas passa a ter um papel ainda mais relevante nas nossas vidas.
Atendendo aos dias muito frios e/ou muito húmidos que se têm vindo a sentir, a FOCO tem vindo a ser chamada com alguma frequência a dar o seu parecer na resolução de problemas de gastos exagerados de energia para aquecer a casa, sensação de humidade constante e aparecimento de bolores em paredes e tetos.
Neste breve artigo iremos dizer-lhe como poderá resolver estes três problemas cada vez mais frequentes no nosso dia a dia.
Gasto de energia para aquecer a casa
1. Sistema mais rápido e simples - aquecedor elétrico.
São quase todos iguais do ponto de vista de eficiência - consomem 2.000W e libertam 2.000W. Por isso, por uma questão de retorno de investimento e simplicidade, sugerimos comprar um dos mais baratos (termoventilador ou convector). A ter só em consideração se a tarifa de eletricidade é bi-horária, pelo que se assim for, poderá fazer sentido equacionar um aquecedor com retenção térmica.
2. Sistema mais eficiente - ar condicionado (bomba de calor)
Para além da eficiência cerca de 4x superior aos aquecedores elétricos convencionais, o sistema de bomba de calor é também muito cómodo de utilizar e manter, embora requeira um investimento maior (cerca de 1.500€/sala). Sistemas a lenha ou pellets são boas alternativas, embora mais trabalhosas de operar e manter.
3. Sistema mais ecológico e duradouro - isolar a envolvente
As janelas, as soleiras, as paredes, os pavimentos e as coberturas são os principais locais de perda de calor das habitações. Com recurso a tapetes, vedantes de borracha, forras interiores e, até, determinado tipo de mobiliário, é possível melhorar alguns locais. No entanto, é pelo exterior que o isolamento é mais eficiente. Este é, sem dúvida, o procedimento mais recomendado, visto que é aquele que traz efetivamente poupança a médio e longo prazo, embora implique conhecimentos técnicos especializados.
4. Limitar as perdas térmicas com ventilação
Embora o uso da extração de ar forçada seja essencial em determinadas atividades (como banhos ou confeção de refeições), recomendamos a limitação da sua utilização ao mínimo essencial, pois estes sistemas irão aspirar ar frio do exterior e remover o ar quente interior.
Sensação de humidade constante
A humidade relativa do ar (HR) depende fortemente das condições atmosféricas e da capacidade do edifício absorver e libertar a humidade. Por isso, há determinados edifícios cuja HR interior está intimamente relacionada com a HR exterior e outros que conseguem atenuar esta variação. Esta análise reveste-se de aguma complexidade e especificação caso a caso, pelo que não será aqui desenvolvida.
1. Eliminar entradas de água do exterior
Infiltrações por fissuras em fachadas, janelas, portas, coberturas e pavimento térreos são fatores relevantes na humidificação dos espaços interiores e que devem ser diagnosticados e tratados definitivamente.
2. Ventilar
Banhos, cozinhados, roupa a secar e até a própria respiração e transpiração, são fontes de produção de humidade adicional e que deverá ser removida mecanicamente (extratores) ou naturalmente (abertura de janelas). Neste processo, o fator mais relevante é o timming em que se procede à ventilação, pois sabemos que ao ventilar poderemos vir a perder o calor acumulado até então, refletindo-se, por isso, num gasto adicional de energia. Sempre que possível deverá ser escolhida a hora de maior calor e menor HR do ar exterior do dia, que é o início da tarde.
3. Aquecer
O ar quente tem maior capacidade de absorver humidade, por isso, se um determinado ar frio for aquecido, a sua HR irá diminuir. Desta forma o ar ficará mais disponível para absorver a humidade gerada pelas nossas atividades, como secar a roupa ou respirar.
Os sistemas de ventilação mecânica forçada com recuperação de calor, apesar de consumirem energia e requererem a sua aquisição (2.000€~3.000€ por fração), permitem renovar o ar com perdas mínimas (~10%) de calor. Recomendamos, por isso, a sua aplicação, sempre que se pretender conjugar os dois pontos anteriores (ventilar e aquecer).
Aparecimento de bolores
Os bolores são fungos que surgem associados a condensações - quando o vapor de água presente no ar se converte ao estado líquido, ao encontrar um elemento frio (parede/teto). Quanto mais poroso for o elemento, maior será o desenvolvimento dos fungos.
Para evitar a ocorrência de condensações e consequente desenvolvimento de fungos, sugere-se:
1. Eliminar fontes de humidificação dos materiais - infiltrações;
2. Reduzir a humidade relativa do ar, através das propostas já apresentadas neste artigo;
3. Aumentar a temperatura dos elementos onde se desenvolvem os fungos, através do isolamento de pontes térmicas, por exemplo;
4. Atuar quimicamente sobre os locais mais críticos, através de limpezas antifúngicas (com lixívia, por exemplo) e aditivos antifúngicos nos materiais (tintas, por exemplo).
Com este conjunto de recomendações, tentamos auxiliar a resolução dos principais problemas de conforto de muitos milhares de Portugueses, atualmente majorados pela situação que o país atravessa.
A FOCO disponibiliza-se a prestar aconselhamento gratuito nesta área ou a desenvolver estudos e projetos mais detalhados em função das necessidades dos utilizadores.
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